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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Director do Google passou 12 dias de olhos vendados no Egipto


O jovem egípcio membro da direcção local do Google no Egipto, detido durante as manifestações contra o governo do presidente  Mubarak e libertado ontem, revelou ter passado 12 dias detido com os olhos vendados.
Em entrevista à rede privada Dream 2, divulgada na noite de ontem, Wael Ghonim, chefe de marketing do Google no Médio Oriente, confirmou ser o administrador da página "Todos somos Khaled Said", criada no Facebook e uma das principais dinamizadoras dos protestos anti-governo.


O grupo, juntamente com o Movimento 6 de Abril, participou no lançamento da onda de protestos contra o presidente, que começaram em 25 de Janeiro.
"Tive os olhos vendados durante 12 dias, não ouvia nada, não sabia de nada", contou, confirmando que foi  preso no dia 27 de Janeiro e ter passado os dias seguintes em poder dos temidos serviços de segurança egípcios.
A Amnistia Internacional já tinha pedido a sua libertação, e disse temer que Ghonim fosse torturado, mas o jovem garantiu que isso não aconteceu.
"Não sou um herói, dormi durante 12 dias. Os heróis são os que estavam nas ruas, os que participaram das manifestações (...)", disse, visivelmente emocionado.
Depois de ter sido libertado, o jovem voltou à rotina habitual: “A liberdade é uma bênção pela qual vale a pena lutar.”, foi a  primeira mensagem que Wael Ghonim publicou no Twitter, após dez dias detido.
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